Fez, no dia 2 de março, um ano que chegou à Quinta do Sol e tem sido notória a sua evolução.
O Rúben chegou-nos desacreditado nele e na possibilidade de mudar de vida. Assim foram os seus primeiros meses. Mas a partir do momento que começou a confiar na equipa e nele mesmo as coisas mudaram: o Rúben começou a controlar o seu lado tóxico e a dominar os seus fantasmas – que sempre o tinham controlado até então. Percebeu que era capaz: era capaz de mudar, de traçar objetivos e de os cumprir. Que era capaz de confiar e dominar o vício – em vez de ser dominado. Que era capaz de dar o exemplo aos outros. Percebeu que tinha valor.
Desde então o Rúben renasceu e mostrou-se um jovem talentoso, forte e inspirador. Entrou para o 10º ano no ensino à distância, acompanhou novos utentes que entraram na comunidade, deu o seu testemunho a centenas de jovens de diferentes de escolas, é respeitado e sabe o seu valor.
Força Rúben, o futuro é teu!
Como forma de comemorar a sua estadia de um ano na ART o Rúben brindou-nos com o poema que apresentamos de seguida.
“Cheguei à ART tudo me pareceu estranho
Fiquei a pensar para onde é que eu venho
Muita gente cá estava é óbvio
E foi gigante a estranheza ao perceber que estava tudo sóbrio
O meu pensamento nos primeiros dias era o mesmo a toda a hora
Quando é que vou arranjar maneira de ir daqui para fora
Grande era a vontade de fugir
Durante os primeiros tempos nem conseguia sorrir
Passado algum tempo surgiu a vontade de mudar
E aí eu pensei para quê voltar a fumar
Mas aí surgia o tóxico que me contrariava
E era nessa altura que a vontade de fumar voltava
Comecei a controlar o tóxico com alguma dificuldade
Quando pensava em droga dizia “isto é só uma má fase”
Foi aí que comecei realmente a mudar
E disse para mim mesmo vou-me reabilitar
O que é certo é que até hoje percorro um grande caminho
E não vou desistir até chegar ao meu destino
Todos os dias luto mesmo sabendo que cansa
E o único caminho que quero alcançar é o caminho da mudança
O caminho é difícil, mas está a resultar
E é o único caminho possível para me reabilitar
Agora tenho a certeza que a droga não me faz falta
E vou continuar a mudar até chegar a minha alta.”

