O meu nome é Raul e venho do Porto Judeu, freguesia do município de Angra do Heroísmo, localizada na costa sudeste da ilha terceira, nos Açores,. Encontro-me na comunidade terapêutica há 11 meses e as saudades da minha ilha já começam a aparecer.

Hoje trago-vos algumas curiosidades sobre a minha terra natal, espero conseguir passar-vos toda a sua riqueza e beleza.

Sabem porque é que a minha freguesia recebe o nome de porto judeu?

Desconhece-se a data da criação da freguesia, primeiramente denominada como Porto Judeu de Santo António e também de Porto do Judeu. Segundo a tradição, aqui terão desembarcado os primeiros povos da Terceira. Existem várias lendas, passadas de geração em geração, que procuram perceber a origem do nome “Porto Judeu”. A mais conhecida conta que Jácome de Bruges, primeiro capitão donatário, terá desembarcado a 1 de janeiro, devido ao mau tempo e pela necessidade urgente de abrigo. Como a enseada do porto é de pequenas dimensões, não oferendo grandes condições de abrigo, e por naquele tempo chamar-se de “judeu” a tudo que fosse considerado mau, acredita-se que o ancoradouro foi por essa razão chamado de Porto Judeu.

Existe ainda outra lenda local que conta uma segunda versão, esta diz que Jácome de Burges fazia-se acompanhar de um Judeu e que entre ambos, no momento do desembarque, terá se travado o seguinte diálogo:

Jácome Bruges: “- Salta, judeu, senão salto eu.”

Judeu: “Salto e o porto será meu.”

Na altura o nome da freguesia era Porto, e após esse diálogo entre Jácome Bruges e o Judeu passou a chamar-se Porto do Judeu e mais tarde Porto Judeu.

Tourada à corda

Tourada à corda é uma tradição já muito antiga do arquipélago, caracterizada pela corrida de 4 touros adultos da raça brava da ilha Terceira.

Para este evento é montado um arraial ao longo das ruas, num percurso máximo de 500 metros. Ao longo da corrida o animal é sempre controlado por uma corda atada ao pescoço, esta corda é segurada por 6 homens que recebem o nome de “pastores”.

Desde muito novo tenho contacto com esta tradição, porque o meu pai é pastor da ganadaria Ezequiel Rodrigues, sendo as suas cores oficiais o verde e branco.

Trago comigo boas recordações destas touradas, pois sempre acompanhei o meu pai e o meu avó paterno. Estou ansioso por regressar à minha ilha para poder acompanhar novamente esta tradição.

Escrito por Raúl

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *